quarta-feira, 27 de junho de 2018

Maria,

Eu queria dizer que teu livro me tirou o chão mas me deu o céu.
Eu o teria lido de uma tacada só se não tivesse ficado tão apegada a deixar que o quentinho no coração que ele me dava, fosse distribuído em doses homeopáticas. Mas deixa eu te explicar primeiro o que rolou: comprei esse livro pra relaxar, naquele esquema de ler o melhor que o combo mina-branca-classe-média-alta pode oferecer, aquelas lembranças fúteis e cruciais de quem teve o privilégio de desfrutar de mesa farta e lugares legais que os pais nos levavam no final de semana. Era isso no máximo que eu esperava, mas nessa falta de pretensão de profundidade, vamos dizer assim, encontrei uma Maria que não estava preparada pra lidar. Me perdoe se eu estiver sendo muito dura, mas é a real, não posso mentir. 

Primeiro que crônica contemporânea naturalmente me fode muito. Me fode tanto quanto pedir pra eu ficar e dizer que vai fazer caipirosca nevada, é sacanagem. Depois, eu fui entrando na tua de colocar as músicas enquanto lia os textos e isso é como meia calçada em noite de chuva. Em seguida, tu começou a se declarar pra tanta gente e aí eu tive certeza que eu tava completamente apaixonada por eles e por tu. Esse é meu jeito de escrever também Maria, eu não posso ver um aniversário que eu já quero fazer textão de amor no instagram. E tu tem praticamente meio livro de declarações de amor. Eu não sei lidar com isso, definitivamente. Vou ter que fazer o meu também.

Outra coisa que não sai da minha cabeça é a forma simples e direta de  como tu consegue falar sobre tu, sobre o Frontal, sobre essa inadequação pra um monte de coisa, sobre as questões "froidianas" da vida. E eu acho isso lindo, porque é engraçado e vulnerável na medida certa. Toda vez que tento fazer isso soa tão pesado que eu tenho vontade de ir embora me carregando pelos braços. Mas tu é leve, engraçada, me faz rir de mim mesma. Quando crescer, quero ser assim.

E agora eu tô aqui, toda in love, ouvindo Marcelo Camelo e dando sorriso de canto de boca, toda boba. Olhando casal em fila de supermercado e achando a coisa mais linda do mundo. Ou vendo gente correr da chuva e querendo fotografar essa poesia. Tô linda, linda. E tu também. Aguardo tuas próximas palavras. Elas contagiam e despertam o melhor de mim. 

Com amor (e sinceridade),
Alana.


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